É necessário lutar diariamente para aumentar a presença da mulher no mercado de trabalho. E todo esse esforço vem acompanhado de tragédias, dramas, resistência familiar (ou da sociedade), contextos sociais e históricos.
Porém, mesmo com tantas adversidades, o cenário tem avançado — não no ritmo ideal, mas aos poucos, já que o caminho promete ser longo. Neste artigo, você entenderá como está a situação e quais são os principais conflitos que as mulheres ainda precisam enfrentar para se fazerem presente no mercado trabalho. Acompanhe!
O mercado de trabalho feminino no passado
A história da mulher no mercado de trabalho teve início no momento em que muitas delas tiveram que assumir os trabalhos de seus esposos para sustentar a família enquanto eles estavam lutando a I e a II Guerra Mundial.
No século XIX, com o advento do capitalismo, a chegada da tecnologia e o crescimento das indústrias, a mão de obra masculina não supria a necessidade. Portanto, mulheres foram contratadas para atuar nas grandes fábricas e assumir as mesmas responsabilidades (e riscos) dos homens.
Com isso, a força de trabalho feminina passou a predominar no setor. Mesmo com o maior número de mulheres trabalhando em fábricas, as funções eram totalmente operacionais, não existindo a oportunidade de atuar em áreas mais estratégicas ou de liderança, gerenciando pessoas.
O serviço prestado era desvalorizado e muitas delas foram alvos de explorações de todos os tipos. Por isso, tais mulheres tiveram que se unir e ir às ruas para reivindicar melhores condições de trabalho, além de direitos igualitários, o que culminou em milhares de protestos em todo o mundo.
As conquistas da luta feminista para o crescimento da mulher no mercado de trabalho
No dia 8 de março, é celebrado oficialmente o Dia Internacional da Mulher, após uma série de fatos e uma intensa luta das mulheres para conquistar seus direitos na Europa e nos EUA.
No Brasil, a luta não foi diferente. Com o movimento feminista, algumas leis trabalhistas foram criadas (como a Constituição de 32) na tentativa de equiparar o salário ao dos homens, estipular horários de trabalho e resguardar as mulheres grávidas.
A partir dessas conquistas, portas começaram a se abrir e as mulheres lentamente vão tentando ganhar espaço no mercado de trabalho — até assumirem cargos de liderança dentro de grandes empresas. Algumas delas conseguiram realizar grandes feitos e se destacar em suas áreas.
O setor de recursos humanos é um dos que mais vem contratando líderes mulheres, já que elas têm habilidades naturais para assumir tais cargos. Características como empatia, resiliência, ser multitarefa, criatividade e flexibilidade são fundamentais para construir uma carreira na área.
Apesar do crescimento da presença da mulher no mercado de trabalho e do aumento de sua importância na economia, a situação ainda não é a ideal. Em algumas organizações, há o predomínio de homens nos altos cargos executivos e de liderança. Além disso, a diferença salarial, ainda que a função exercida seja a mesma, é algo latente.
Mulheres que lideram grandes empresas no Brasil e no mundo
Em meio ao crescimento da presença feminina no mercado de trabalho, vários nomes vão conquistando espaço e alcançando cargos de liderança em grandes empresas no mundo. Isso é algo que, até um tempo atrás, era exclusividade dos homens.
Esses grandes nomes estão, aos poucos, mudando o cenário do mercado de trabalho e servindo como inspiração para outras mulheres buscarem a qualificação e disputarem com os homens os mesmos cargos. Conheça, a seguir, algumas delas.
Maria Teresa Barra ? Mary Barra
Após trabalhar por mais de 30 anos na General Motors, Mary tornou-se a primeira mulher a assumir o cargo de CEO de uma grande montadora global. Em 2014, ela foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.
Sheryl Kara Sandberg
Trata-se da chefe operacional do Facebook desde 2008. Ela escreveu o livro “Faça acontecer ? mulheres, trabalho e a vontade de liderar”, que fala sobre as desigualdades de gênero e a falta de mulheres em cargos de liderança. Sheryl já foi eleita, pela Forbes, a 10ª mulher mais poderosa do mundo.
Chanda Kochhar
Como Diretora e Presidente do ICICI Bank, da Índia, Chanda fez grandes transformações na empresa após a crise financeira de 2008. Sob sua liderança, o ICICI Bank ganhou o prêmio de “melhor Banco de varejo na Índia” por diversos anos. Em 2017, Chanda foi eleita, na lista Fortune, a 5ª mulher mais poderosa em negócios fora dos EUA.
Luiza Helena Trajano
À frente da rede de varejo Magazine Luiza, a CEO Luiza Helena é inspiração para muitas mulheres empreendedoras. Foi em sua gestão que aconteceu o processo de expansão da empresa, que a tornou uma das maiores de seu segmento no Brasil. Luiza já foi eleita uma das mulheres mais influentes do país pela Revista Forbes Brasil.
Paula Bellizia
Com uma carreira voltada para a indústria da Tecnologia da Informação, Paula foi nomeada CEO da Microsoft Brasil em 2015. Ela foi a responsável por inserir a diversidade na cultura da companhia e a primeira mulher a comandar a Microsoft no Brasil.
As lutas atuais pela igualdade no mercado de trabalho
A igualdade de gênero no mercado de trabalho é um tema bastante discutido nos dias atuais — e ainda promete ser uma longa discussão por muitos anos. Algumas barreiras dificultam avanços ao se tentar igualar o trabalho de mulheres e homens.
Entenda algumas das dificuldades que as mulheres precisam enfrentar para alcançar seus objetivos:
Diferença salarial
Mesmo assumindo cargos que estejam no mesmo patamar daqueles ocupados por homens, a diferença salarial é muito latente dentro das companhias. Portanto, é importante que as organizações façam uma avaliação de cargos e salários, observando se há alguma diferença entre gêneros.
Caso necessário, deve-se solicitar uma reestruturação. Também cabe à mulher abrir uma discussão saudável junto aos setores de RH ou no momento de feedback com seus gestores, na tentativa de entender essa diferença e mostrar que pode ser tão produtiva quanto o homem.
Discriminação nas seleções profissionais
No âmbito trabalhista, a legislação proíbe, sob pena de multa, qualquer discriminação relacionada a sexo, cor, raça, estado civil, situação familiar, idade e gravidez. Mas, na realidade, não é isso que acontece.
A discriminação começa já na elaboração do perfil do cargo, com a exigência de pré-requisitos que podem eliminar as mulheres de um processo seletivo. Da mesma forma, falar que tem filhos ou demonstrar algum tipo de sensibilidade podem se transformar em fatores decisivos para uma desclassificação.
Nesse momento, é importante que o setor de RH trabalhe a gestão organizacional da empresa junto a seus gestores e avalie como inserir profissionais do gênero feminino em seu ambiente de trabalho ou oferecer oportunidades de promoção a elas.
Assédios no ambiente de trabalho
Após anos sofrendo assédios, de cunho tanto sexual quanto moral, as mulheres estão tendo coragem para falar sobre o problema. Mas ainda são poucos os casos que foram denunciados, já que muitas delas temem ficar sem o trabalho.
Isso se deve ao fato de que algumas empresas não estão preparadas para lidar com a situação. Em muitos casos, o gestor não prossegue com a denúncia e a situação fica sem resolução.
Já em outros momentos, a companhia toma a iniciativa de demitir o assediado para evitar qualquer constrangimento. É grande o desafio das empresas para encontrar soluções que venham a inibir essas atitudes — e a coragem da mulher para denunciar deve ser maior ainda.
Ainda há muito a ser feito até que a mulher atinja o patamar ideal no mercado de trabalho. Para tanto, é necessário sair do campo da discussão e partir para a ação.
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