A famigerada cultura de inovação ganhou os holofotes do mundo corporativo a partir do boom das tecnologias da comunicação. Trata-se de um pilar importantíssimo para todas as empresas que visam a maximização de seus lucros e a sobrevivência nos tempos atuais.
Apesar de tamanha importância, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) afirma que 64% das empresas brasileiras não investem em inovação.
Tal realidade é ainda mais preocupante quando constatamos que organizações inovadoras conseguem aperfeiçoar seus produtos e serviços e, com isso, aumentar o faturamento.
Mas, por que tão poucas empresas conseguem incorporar a inovação em sua cultura? Geralmente é porque não conseguem unir cultura de inovação, diversidade e colaboração. Compreenda melhor essa tríade e como utilizá-la!
A promessa da cultura de inovação
Quando uma empresa incorpora eficientemente a inovação em sua cultura organizacional, ela é capaz de reverter quadros negativos e até mesmo passar a liderar em seu segmento.
Isso só é possível porque a inovação é uma das principais fontes de vantagens competitivas. Ou seja, as empresas que adotam processos que fomentam a inovação são capazes de responder melhor e mais rapidamente às mudanças do mercado.
Dessa forma, elas se destacam das suas concorrentes engessadas. E é justamente aqui que está a correlação mais forte entre inovação e lucratividade: a capacidade de se adequar às demandas do mercado em constante transformação e aproveitar essas oportunidades.
Apesar de muitos gestores acreditarem que a cultura de inovação é algo restrito às grandes corporações ou ao segmento de tecnologia, até mesmo um pipoqueiro pode ser inovador, como apresentou o Sindicato dos Administradores do Estado de São Paulo (SAESP) em seu boletim eletrônico sobre lucratividade e inovação.
Ao perceber que muitas pessoas deixavam de consumir seu produto por causa da gordura da pipoca que ficava nas mãos, o pipoqueiro criou o kit pipoca, acrescentando um guardanapo de papel, um palito de dentes e uma balinha ao saquinho de pipoca que vendia.
Ou seja, pequenas mudanças em um produto ou serviço podem ser suficientes para destacar a empresa em seu segmento e expandir sua carteira de clientes.
A importância da diversidade
Já diz o ditado que “duas cabeças pensam melhor do que uma”. A diversidade no ambiente de trabalho é necessária e representa um dos grandes segredos para uma cultura de inovação perene.
É justamente com a troca de ideias e a colaboração entre esses profissionais de diversas áreas e variadas experiências que as ações inovadoras surgem e se consolidam no dia a dia das organizações.
Mas, para que isso seja possível, é importante estimular o respeito às diferenças e, principalmente, enaltecê-las. Ao compreender que determinadas características profissionais são importantes em certas situações e outras têm peso maior em cenários diferentes, a diversidade passa a ter relevância no processo diário de inovação.
No entanto, além de ter diferentes setores técnicos no organograma da empresa, é preciso trabalhar a diversidade desde o momento da contratação de pessoal e fazer a gestão por competências delas. A escolha de profissionais de diferentes gêneros, cores e classes sociais só tem a agregar.
Essa incorporação da diversidade à cultura organizacional faz com que, segundo estudo da DDI e da Ernst & Young (EY), as empresas apresentem melhores resultados financeiros na comparação com as demais. Trata-se de chance de crescimento sustentado e lucrativo até 1,4 maior.
A colaboração como pilar
A incorporação da colaboração como um pilar fundamental da empresa é essencial para que a cultura de inovação se consolide. Afinal, como já dito, a troca de experiências e ideias entre profissionais de diferentes setores é a base para a consolidação dessa cultura.
Um artigo da Harvard Business Review Brasil aponta o diferencial de uma empresa colaborativa:
“uma comunidade colaborativa incentiva as pessoas a aplicar continuamente seus talentos singulares a projetos em grupo”.
Dessa forma, elas passam a se dedicar mais às metas da organização, e não somente à busca apenas do sucesso individual.
Tal característica promove inovação, agilidade e eficiência dos processos, assim como a escalabilidade do negócio. Todos esses são pontos importantíssimos para qualquer gestor.
Essa colaboração pode ser estimulada e inserida na cultura das empresas de diversas formas. Os exemplos mais comuns são os programas de incentivos que, ao mesmo tempo que incentivam a competitividade individual, podem potencializar os resultados de projetos colaborativos.
Mas não importa o viés adotado pela gestão para enaltecer a colaboração. Se não houver um equilíbrio entre diversidade e estímulo à inovação, os resultados poderão não ser tão satisfatórios. E como unir esses três pilares?
A união desses três pilares
Criar uma cultura organizacional pautada pela inovação, diversidade e colaboração pode parecer assustador para alguns gestores. Mas não é uma missão impossível. Com algumas dicas, é possível estimular a consolidação desses três pilares. Confira 5 delas:
1. Aprimorar canais de comunicação
Qualquer ação de uma empresa precisa vir de cima para baixo para ter engajamento maior. Por isso, o primeiro passo é aprimorar os canais de comunicação utilizados para interagir com seu público interno.
Avalie se são realmente interessantes e eficientes. Estude a rotina dos profissionais e entenda a preferência deles para o consumo de informações. Apenas alinhando esses canais, a importância das ferramentas para comunicação interna será reconhecida e será mais eficiente.
2. Espalhar a inovação
Muitas empresas procuram criar um setor de inovação específico para alcançar os resultados desejados. Pode até ser que funcione, mas a eficácia desse processo aumenta quando as organizações escolhem espalhar a cultura de inovação simultaneamente por toda a empresa.
Uma sugestão é criar células de inovação nos diferentes setores da organização. Se a empresa é pequena, faça ações que reúna todos os colaboradores. A ideia de um colaborador de chão de fábrica pode ser o gatilho para inovações de grande importância para o negócio.
3. Estimular a coletividade
Para estimular a coletividade, é preciso fornecer ferramentas que conectem os profissionais e fomente a troca de conhecimento entre eles. Além disso, é importante lembrar que esse processo leva tempo para gerar alguma inovação de fato.
Diversas empresas já disponibilizam cerca de 10% do expediente dos colaboradores para os projetos inovadores. Eles podem utilizar esse tempo para realizar pesquisas, fazer reuniões e construir ideias inovadoras.
4. Aprender a ouvir
Um dos grandes impeditivos da cultura de inovação é a falta de capacidade dos gestores em ouvir as ideias. Por mais absurdas que elas pareçam, é preciso se despir de pré-conceitos e saber ouvir seus colaboradores.
Essa prática certamente possibilitará uma expansão na percepção dos gestores e, por conseguinte, nas possibilidades da empresa ao considerar pontos que talvez nunca tenham sido levados a sério.
5. Ser tolerante
Inovar é diretamente proporcional a errar. Empresas que não falham, não tentaram. A tentativa e o erro são os sobrenomes da inovação. Portanto, ser tolerante com as falhas da equipe é tão importante quanto não ser intolerante com a pluralidade de uma empresa que preza pela diversidade.
Mas, de todas as dicas, a mais importante é manter todos os três pilares alinhados para que a cultura de inovação se consolide e passe a ter vida própria dentro da rotina da sua empresa. Ok?
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