É comum que nos minutos finais de uma entrevista de emprego o recrutador pergunte ao candidato se ele tem alguma pergunta. Muitos não dão a devida importância a esse momento, mas ele tem tanto valor que pode se tornar uma etapa do processo seletivo por meio da entrevista invertida.
As empresas estão sempre em busca de técnicas variadas para obter uma imagem mais clara de seus entrevistados. A entrevista invertida pode vir como um desafio inesperado para alguns candidatos, mas certamente revelará ao recrutador aqueles que estão mais preparados para a vaga. Neste artigo, vamos esclarecer essa técnica, mostrar como pode ser utilizada e quais são seus benefícios. Continue com a leitura.
O que é a entrevista invertida?
A entrevista invertida consiste na troca dos papéis de entrevistador e entrevistado. Assim, o entrevistador solicita que o candidato faça perguntas sobre o trabalho que está procurando e entreviste o recrutador.
Por mais que a abordagem tradicional tenha conseguido resultados eficazes, propor uma entrevista diferente pode beneficiar tanto o empregador quanto o candidato à vaga de emprego.
O entrevistador fornece ao interessado a oportunidade de se manifestar para avaliar diversas características do entrevistado. É uma técnica não diretiva e que pode ser muito reveladora, pois quando um candidato se mostra preparado, com perguntas bem pensadas e investigando mais sobre a empresa, indica que ele realmente tem interesse na organização e no trabalho.
O empresário Lawrence Miller acredita que o formato invertido, além de interessante, é exercício estimulante para que o RH tome melhores decisões.
Como executar a entrevista invertida?
Essa é uma técnica que funciona melhor quando utilizada como um elemento de uma entrevista comum, ou seja, é mais eficaz quando é combinada com o método tradicional de entrevista de emprego. Quando o recrutador troca os papéis por alguns minutos, obtém uma interessante mudança de ritmo e mantém o entrevistado engajado.
Essa abordagem também funciona quando um grande número de candidatos está participando do processo seletivo. A entrevista de emprego invertida pode ser dividida nas seguintes etapas:
Passo 1
Nesse primeiro momento, permita que os candidatos entrevistem o recrutador. Permita que eles perguntem qualquer coisa, como finanças, gestão, incentivos, expectativas, alimentação, banco de horas, férias, entre outros questionamentos que eles julguem importantes para tomar uma decisão.
Já no passo 1, você perceberá os candidatos que não demonstram tanta curiosidade, o que não é uma boa característica para quem procura profissionais com iniciativa.
Passo 2
Essa etapa é utilizada quando existe mais de um interessado sendo entrevistado. Você deve solicitar que os candidatos entrevistem uns aos outros. Observe como eles se comportam e, ao final, peça que eles avaliem o colega e recomendem ao recrutador se o outro deve ser contratado ou não.
Aqui, é possível avaliar muitas habilidades interpessoais de um candidato. As habilidades de liderança, comunicação e apresentação também são essenciais e ficam evidentes nesse momento.
Passo 3
O terceiro passo é uma extensão do segundo. Quando os candidatos finalizarem as entrevistas, faça a cada um as seguintes perguntas:
1. Quem você vai contratar e por quê?
2. Quem você acha que é mais adequado para o cargo em termos de competência técnica?
3. Qual candidato possui o melhor conjunto de habilidades?
Além das habilidades já citadas no passo anterior, essa etapa fornece uma visão melhor dos candidatos que ouviram bem e compreenderam a proposta de cada fase.
Quais os benefícios da entrevista invertida?
Normalmente, o recrutador é o único que detém todas as cartas no processo de contratação. Ele seleciona os currículos, chama os candidatos em potencial e toma as decisões finais. Entretanto, cada vez mais, percebemos que a contratação deve ser um “casamento”, em que ambas as partes estão de acordo.
Não é só o empregador que escolhe o colaborador, o interessado também escolhe a empresa. Essa mudança de paradigma já trouxe muitas mudanças, como a preocupação das organizações com a marca empregadora.
Em um cenário em que os candidatos têm cada vez mais participação, faz sentido estruturar processos seletivos que valorizem e considerem a participação deles. Assim, a entrevista invertida tem diversos benefícios e já indica que a empresa possui uma visão diferenciada. Conheça a seguir mais benefícios da aplicação dessa técnica:
Análise do candidato de outro ponto de vista
A melhor forma de saber como seria trabalhar com determinado indivíduo é permitindo que ele o interrogue ou, ainda, que os candidatos se entrevistem. Essa vantagem ocorre principalmente quando a situação proposta exige as mesmas habilidades necessárias para o trabalho rotineiro da vaga em aberto.
Trocar de papéis ajuda a decidir se os candidatos realmente querem trabalhar na empresa e se estão alinhados com as políticas da organização.
A técnica de mudar o ponto de vista também demonstra o nível de confiança dos candidatos, a eficiência no gerenciamento da equipe e o uso de habilidades interpessoais.
Contratação de candidatos mais alinhados à cultura organizacional
Quando um processo de seleção é estruturado visando identificar as qualidades e habilidades desejadas para o cargo e para a empresa, o resultado é satisfatório para todos os envolvidos. Se a empresa contrata os profissionais mais alinhados à cultura organizacional, os colaboradores têm grande potencial de desenvolvimento, uma vez que estão buscando os mesmos objetivos que a organização.
Redução dos custos dos processos
Com contratações mais embasadas, a tendência é que o engajamento e a retenção de talentos melhorem. Entre as maiores preocupações dos gestores, atualmente, estão a redução de custos e o engajamento das equipes.
A entrevista invertida é uma resposta nesse sentido, pois com melhores contratações o índice de rotatividade diminui e o engajamento melhora, levando a uma redução dos custos envolvidos com demissões e contratações de colaboradores.
Como mencionado anteriormente, a entrevista invertida não deve substituir a entrevista tradicional, as duas devem fazer parte do processo seletivo. O método é uma boa opção para verificar diversas habilidades e a maneira como os candidatos reagem a desafios.
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