Durante muito tempo, o comportamento individual dos profissionais foi um fator negligenciado pelo RH. Não apenas em função da falta de interesse, mas pela ausência de ferramentas e estratégias que dessem suporte à gestão comportamental.
O fato é que não dá mais para evitar conhecer essa abordagem e entender tudo o que ela pode gerar para as organizações. Se você também quer conhecer a gestão comportamental e descobrir como ela pode contribuir para a sua empresa, continue a leitura deste artigo até o final.
Vamos explicar o que é a gestão comportamental, como ela funciona, quais são os seus benefícios, por que ela pode apresentar melhores resultados para qualquer empresa e como implementá-la. Tenha uma boa leitura!
O que é gestão comportamental?
A gestão comportamental é uma das abordagens estratégicas que o RH pode adotar. Ela vem se mostrando uma eficiente ferramenta de apoio ao desenvolvimento de times de trabalho, no que diz respeito à melhora da sua performance e produtividade.
De acordo com essa forma de gerenciar talentos, a empresa deve se preocupar com a gestão do comportamento de suas equipes desde o momento da contratação de novos colaboradores. Desse modo, essa abordagem passa pelas etapas de seleção, contratação, desenvolvimento e também desligamento de pessoas.
Portanto, a gestão comportamental tem enfoque no comportamento de seus colaboradores, com vistas a melhorar o ambiente e desenvolver seus talentos. Quer saber como isso funciona na prática? Confira o próximo tópico!
Como funciona a gestão comportamental?
A gestão comportamental é efetiva justamente por englobar todos os aspectos da participação de um colaborador na organização. Ela considera fatores comportamentais para contratar as melhores pessoas e alinhar esses perfis aos cargos certos, reduzindo o risco de retrabalho ou de más contratações.
Ela acaba se tornando um meio da empresa utilizar, de forma estratégica, os talentos que tem. Dessa maneira, fica mais simples formar uma equipe producente, com facilidade para alcançar metas e objetivos.
Ela também atua entendendo o perfil comportamental de cada um e, a partir disso, estabelece os melhores meios para desenvolver seus talentos. Outro aspecto importante é que também podem ser utilizadas técnicas específicas de administração, a fim de melhorar o desempenho dos perfis de forma individual.
Quais são os seus benefícios?
São vários benefícios que podem ser oportunizados às empresas que investem na gestão comportamental. A seguir, vamos explicar os principais deles. Acompanhe!
Melhor clima organizacional
O principal benefício de realizar uma gestão comportamental eficiente é o melhor aproveitamento do capital humano disponível na organização. Isso acontece porque serão criados programas, como os de educação corporativa, para que os talentos sejam desenvolvidos na organização.
Se um funcionário demonstrar mais habilidades para a liderança, por exemplo, ele poderá fazer cursos e participar de atividades dinâmicas, como a gamificação, para desenvolvê-las ainda mais.
Isso significa uma melhoria no clima organizacional, no ambiente de trabalho e também na cultura empresarial, já que pessoas motivadas tendem a trabalhar mais felizes e engajadas com o negócio.
Gestão alinhada à cultura organizacional
A gestão comportamental também gera uma postura mais alinhada à cultura organizacional. A ideia é fazer com que os valores nos quais a empresa acredita também façam parte do que é almejado pelos seus colaboradores.
Para isso, nos processos de recrutamento e seleção de novos colaboradores, os recrutadores poderão procurar nos candidatos, os valores que eles têm em comum com a empresa.
Tudo isso fará com que a gestão da organização siga realmente a cultura organizacional estabelecida. Trata-se, portanto, de um meio que garante que a missão, a visão e os valores da organização realmente sejam cumpridos e não sejam um mero texto publicado no site ou impresso em um mural da organização.
Diminuição do turnover
O turnover nada mais é do que a rotatividade de funcionários. Como você bem deve saber, isso não é benéfico para as empresas, uma vez que contratar novos funcionários gera gastos para a empresa e também faz com que se perca capital intelectual.
Além disso, é importante destacar que o aproveitamento adequado de habilidades tem forte impacto no que tange à satisfação das equipes. Nesse caso, a gestão comportamental também ajuda a reduzir as taxas de turnover e reter talentos estratégicos para o negócio, aumentando o valor do seu capital intelectual.
Por mais que se tenham processos organizados na empresa, se leva tempo para que um colaborador novo adquira a experiência e praticidade para executar as atividades feitas pelo que está saindo. A diminuição do turnover, portanto, é benéfica nesse sentido.
Economia de recursos
A diminuição do turnover também tem como consequência a redução de despesas com indenizações demissionais e processos seletivos, principalmente. Além disso, os treinamentos passam a ser pontuais e mais eficientes, em decorrência da clareza acerca das competências que precisam ser desenvolvidas.
Não serão contratados cursos sobre assuntos que não interessantes para a empresa ou seus colaboradores, por exemplo. Isso porque, com a gestão comportamental, se saberá exatamente o que deve ser explorado em cada colaborador, fazendo com que o trabalho em geral seja muito mais satisfatório.
Por que a gestão comportamental pode melhorar resultados?
Na maior parte das empresas, a gestão comportamental é implementada a partir de consultorias externas. Essa solução amplia a capacidade de diagnóstico da situação real da empresa, visto que o mesmo é realizado por alguém imparcial e indiferente aos “vícios” internos. De qualquer forma, também é possível instituir essa prática com profissionais da própria empresa.
Em ambos os casos, os resultados são significativos. Entre os principais impactos positivos percebidos estão:
- aumento no nível de autoconhecimento — ao participar da aplicação de ferramentas de análise de perfil comportamental, o profissional tem acesso a uma série de informações que permitem que ele se desenvolva de forma mais eficaz e produtiva;
- mais precisão nos processos de recrutamento e seleção — com uma definição adequada do perfil comportamental ideal, fica mais fácil contratar aquelas pessoas que estão alinhadas às expectativas da empresa;
- motivação dos colaboradores — com o alinhamento dos cargos, é muito mais provável que os profissionais experimentem maior produtividade e mesmo reconhecimento em suas funções, o que contribui para a sua motivação. Colaboradores motivados terão mais empenho em suas atividades, o que também contribui para o aumento da lucratividade da organização;
- adaptação da gestão de pessoas — gerenciar pessoas se torna algo muito mais flexível, já que é possível perceber as necessidades de cada perfil comportamental e realizar abordagens distintas para cada um deles;
- solidez da cultura organizacional — alinhamento e engajamento são dois termos que podem gerar preocupação para muitos gestores. No entanto, com uma gestão comportamental eficiente, fica muito mais fácil alinhar e engajar os colaboradores, fortalecendo a cultura organizacional;
- economia de custos — como diz um velho ditado “tempo é dinheiro”. Nas organizações, isso precisa ser levado à risca pelo RH. Por isso, praticar a gestão comportamental é importante para escolher as pessoas certas para cada cargo na empresa e assim evitar ter que fazer novos processos.
Como estruturar um modelo de gestão comportamental no RH?
Para fazer com que a gestão comportamental realmente seja um modelo que funcione na empresa, é preciso desenvolver alguns aspectos. Confira a seguir!
Alinhamento do perfil comportamental desejado
É preciso entender que cada pessoa tem um conjunto único de características para oferecer e que elas podem ou não estar de acordo com o que a empresa precisa. Alinhar um perfil comportamental desejado é estipular o que, de fato, a empresa busca.
Diferentemente de ficar insistindo em desenvolver perfis errados e tentando adaptar profissionais desmotivados, a gestão comportamental busca o lugar certo para cada pessoa. Assim, fica muito mais simples potencializar os talentos já inerentes a cada um.
Análise do perfil comportamental das equipes atuais
Além de saber o tipo de profissional que a sua empresa busca, é imprescindível conhecer quem já está fazendo parte dela. Com isso, não significa que você tenha que demitir toda a sua equipe com base em seus comportamentos e recontratar. Pelo contrário.
Em grande parte dos casos, as empresas simplesmente desperdiçam talentos pela má alocação ou simples desconhecimento da gestão comportamental. Portanto, é válido estudar a fundo quais são as melhores possibilidades para o seu negócio e aproveitar ao máximo cada talento contratado.
A inteligência emocional, por exemplo, é uma característica importante para qualquer cargo em uma empresa, uma vez que é preciso que todos saibam lidar com situações adversas de forma ponderada e tranquila.
Apesar disso, outras características podem ser interessantes para alguns cargos em específicos, apenas. Saber lidar bem com cálculos e ter um raciocínio lógico é imprescindível para a área de engenharia, mas não tem a mesma importância para o setor de comunicação, por exemplo. Com base nessa premissa, pode-se escolher que tipo de treinamento ou curso cada colaborador precisa receber para ter mais resultados positivos no decorrer de sua carreira dentro da empresa.
Desenvolvimento dos perfis desejados
Para aquelas empresas que têm um quadro de colaboradores talentosos, é válido investir no desenvolvimento das suas características comportamentais. É possível, por meio de práticas específicas, aperfeiçoar diversas competências.
Desse modo, a combinação entre a alocação correta de profissionais nos seus devidos cargos e o desenvolvimento de habilidades comportamentais pontuais, podem contribuir muito para a melhora dos resultados da empresa.
Nesse sentido, é importante que seja criado um organograma organizacional, que mostre exatamente quais são as funções de cada um dentro da empresa. Essa representação gráfica, além de deixar claro o que é de responsabilidade dos colaboradores, também mostra um caminho que pode ser seguido dentro da empresa.
Um funcionário que é auxiliar de almoxarifado, por exemplo, conseguirá ver com clareza quais são os cargos que estão acima dele e que poderá ocupar no futuro. Assim, juntamente ao o RH e seu supervisor direto, é possível criar uma projeção de carreira e do que precisará ser desenvolvido para conseguir novas posições.
Inclusão dos líderes nas análises
Geralmente a gestão comportamental fica sob a responsabilidade de profissionais da psicologia, que trabalham no RH das empresas. Porém, essas análises não precisam necessariamente serem feitas apenas por eles.
É claro que por terem conhecimento nas diretrizes do comportamento humano, os psicólogos devem nortear o processo, mas os líderes dos diferentes setores da empresa também podem e devem participar. Afinal, são eles que convivem diretamente com os funcionários e que compreendem exatamente como eles se comportam.
A inclusão dos líderes funciona como uma união da parte prática com a teórica do processo. Assim, se terão mais resultados positivos na organização.
Definição de metas e métricas de análise
Ao estruturar um processo de gestão comportamental no RH, também é importante definir as metas e objetivos dessa atividade, mantendo-a alinhada com o planejamento estratégico da organização.
O indicado é criar uma planilha que mostra como cada ação do processo pode ser desmembrada em diferentes etapas, incluindo os recursos físicos e humanos, bem como as metas e prazos para que sejam realizadas.
Assim, os gestores do projeto poderão acompanhar métricas de análise e saber se os resultados alcançados são realmente positivos para a organização ou se é necessário fazer algumas mudanças para nortear melhor as atividades.
Fomentação da comunicação entre as equipes
Ao implementar a gestão comportamental, também é necessário fomentar a comunicação entre as equipes. Para isso, sugere-se que sejam feitas reuniões para informar aos colaboradores que esse tipo de metodologia será desenvolvido pela empresa.
O objetivo dessa ação é criar uma cultura do feedback, para que os próprios funcionários tenham liberdade de conversar com os seus superiores e assim reconhecer os seus pontos fortes e pontos fracos, por meio de conversas sinceras.
Tudo o que os gestores colherem nessas conversas, poderão ser levadas para as reuniões com o RH, de modo que o processo de gestão comportamental fique ainda mais rico e com mais resultados positivos.
Portanto, a gestão comportamental é uma forma de utilizar, de maneira estratégica, os recursos humanos disponíveis na empresa. Essa prática gera benefícios que auxiliam no alcance dos objetivos do negócio. Para estruturar um bom modelo desse tipo de abordagem é preciso alinhar, analisar e desenvolver os perfis desejados.
Também podemos dizer que a gestão comportamental pode ser realizada tanto para nortear os colaboradores que já fazem parte da empresa, como para contratar novos. Nesse caso, como explicamos, é preciso utilizar as técnicas comportamentais para identificar os valores que cada um tem e compará-los com a cultura organizacional da companhia.
Agora que você já conheceu todas essas informações sobre gestão comportamental, continue aprendendo e entenda o papel do RH na inteligência emocional dentro das organizações. Essa característica é importante para ser desenvolvida em qualquer tipo de negócio. Veja nosso post sobre o assunto.